Às vezes sinto uma vontade imensa de ir embora. Ir embora para longe da civilização urbana, dessa vida louca da cidade. A modernidade às vezes me assusta. Sinto-me cansada dessa agitação, dessa correria. Cansada de passar meus dias vivendo um após o outro e mal percebê-los passar. Cansada de ver as pessoas se afastando do que realmente importa.
Isso sempre me ocorre quando viajo para o interior, no caminho para o trabalho. Vejo os verdes campos e sinto uma nostalgia de algo que nem sei se vivi. É como se em uma outra vida, tivesse tido esse contato mais direto com a natureza. Sinto vontade de acordar pela manhã abrir a janela e ver o sol nascer. Vontade de caminhar pela praia com os pés descalços. Sim, nesse meu sonho campo e praia se unem em um único espaço. E para mim parece o paraíso. Nada mais prazeroso que ver o azul do mar e os campos verdejantes. Nesses momentos lembro sempre daquela música “Casinha branca” do Gilson, que posto a seguir.
Casinha branca
Eu tenho andado tão Sozinho
Ultimamente
Que nem vejo à minha frente
Nada que me dê prazer
Sinto cada vez mais longe
A felicidade
Vendo em minha mocidade
Tanto sonho perecer
Eu queria ter na vida
Simplesmente
Um lugar de mato verde
Pra plantar e pra colher
Ter uma casinha branca
De varanda
Um quintal e uma janela
Para ver o sol nascer
Às vezes saio a caminhar
Pela cidade
À procura de amizades
Vou seguindo a multidão
Mas eu me retraio olhando
Em cada rosto
Cada um tem seu mistério
Seu sofrer, sua ilusão
Eu queria ter na vida simplesmente
Um lugar de mato verde
Pra plantar e pra colher
Ter uma casinha branca de varanda
Um quintal e uma janela
Para ver o sol nascer
Gilson