segunda-feira, junho 27, 2011

Momento saudade


Retrovisor

Onde a máquina me leva
Não há nada
Horizontes e fronteiras
São iguais
Se agora tudo
Que eu mais quero
Já ficou prá trás...

Qualquer um que leva a vida
Nessa estrada
Só precisa de uma sombra
Prá chegar
A saudade vai batendo
E o coração dispara...

Mas de repente
A velocidade chora
Não vejo a hora
De voltar prá casa
A luz do teu olhar
No fim do túnel
E no espelho
A minha solidão...

O céu da ilusão
Que não se acaba
A música do vento
Que não pára
Será que a luz do meu destino
Vai te encontrar...

Vejo a manhã de sol
Entrando em casa
Iluminando os gritos
Das crianças
Os momentos mais bonitos
Na lembrança
Não vão se apagar...

Ai quem me dera encontrar
Contigo agora
E esquecer as curvas
Dessa estrada
Eu prefiro sonhar com os rios
E lavar minh'alma...

Alguém sentando
À beira do caminho
Jamais entenderá
O que é que eu sinto agora
Sou levado pelo movimento
Que tua falta faz...

Havia tanta paz no teu carinho
Na despedida fez um dia lindo
Quem sabe tudo estará sorrindo
Quando eu voltar...

Ai quem me dera encontrar
Contigo agora
E esquecer as curvas
Dessa estrada
Eu prefiro sonhar com os rios
E lavar minh'alma...

Alguém sentando
À beira do caminho
Jamais entenderá
O que é que eu sinto agora
Sou levado pelo movimento
Que tua falta faz...

Havia tanta paz no teu carinho
Na despedida fez um dia lindo
Quem sabe tudo estará sorrindo
Quando eu voltar...

Quando eu voltar
Ah!
Quando eu voltar
Ah! Ah! Ah! Ah!
Quando eu voltar
Ah! Ah!
Quando eu voltar...

Aqui está uma música de qualidade! Melodia e letra de uma beleza que nem dá para explicar!Tão bom ouvir MPB! E ainda mais na voz do Fagner! Há tanto lixo musical hoje em dia. E a juventude de hoje ainda acha que gostam de música! Infelizmente a maioria não sabe de verdade o que é MÙSICA!  Hoje acabei relembrando as músicas do Fagner. Voltei no tempo! Uma delícia!

sexta-feira, junho 24, 2011

Noite de São João


 
Noite de São João
Noite de São João
Para além do muro do meu quintal
Noite de São João
Noite de São João
Para além do muro do meu quintal
Do lado de cá, eu
Do lado de cá, eu
Do lado de cá, eu
Sem noite de São João
Do lado de cá, eu
Do lado de cá, eu
Do lado de cá, eu
Sem noite de São João
Porque há São João
Onde o festejam
Para mim há uma sombra de luz
De fogueiras na noite
De fogueiras na noite
De fogueiras na noite
Um ruído de gargalhadas
Os baques dos saltos
E um grito casual
De quem não sabe que eu
De quem não sabe que eu
De quem não sabe que eu existo

Composição: Letra: Fernando Pessoa; Música: Vitor Ramil
 
Tomei conhecimento dessa música por acaso. Foi  tuitado por Alex Nero e eu por curiosidade fui ver o video. Gostei da música, da melodia e da voz do Vitor Ramil. E tive a surpresa de saber que a música é uma versão de um poema de Fernando Pessoa.

sexta-feira, junho 17, 2011

Caio falando por mim

"Ando com uma vontade tão grande de receber todos os afetos, 
todos os carinhos, todas as atenções. 
Quero colo, quero beijo, quero cafuné, 
abraço apertado, mensagem na madrugada, quero flores, 
quero doces, quero música, vento, cheiros, 
quero parar de me doar e começar a receber. 
Sabe, eu acho que não sei fechar ciclos, colocar pontos finais. 
Comigo são sempre vírgulas, aspas, reticências. 
Eu vou gostando, eu vou cuidando, eu vou desculpando, 
eu vou superando, eu vou compreendendo, eu vou relevando, 
eu vou… e continuo indo, assim, desse jeito, 
sem virar páginas, sem colocar pontos. 
E vou dando muito de mim, 
e aceitando o pouquinho que os outros tem para me dar."

[Caio Fernando Abreu]

quinta-feira, junho 16, 2011

Consciência política


É necessário aproximar os jovens da política para que eles tenham consciência de que ser cidadão ativo é de extrema importância na construção de um futuro mais promissor e mais justo. O que se vê hoje são jovens que não participam efetivamente. São jovens que apenas reclamam do que está errado (quando reclamam), mas que não efetivam a sua participação. Não basta falar. É preciso fazer alguma coisa. É preciso abrir os olhos desta juventude de hoje para que se conscientiizem de que eles são o amanhã. E que eles possam ser agentes e não sujeitos passivos.

domingo, junho 12, 2011

Só acordei um dia e soube

Ele: E você...você casou.
Ela: É... loucura, não?
(silêncio)
Ele: Deveria ter me contado...Quando estávamos no casamento, dançando.
Ela: Ele não tinha pedido ainda.
Ele: Mas ele estava na sua vida. Então porque dançou comigo?
Ela: Porque eu quis.
Ele: Você só faz o que quer, não é?
(silêncio)
Ele: Não queria ser namorada de alguém e agora é a esposa de alguém.
Ela: Me surpreendeu também.
Ele: Acho que nunca vou entender... Quer dizer, não faz sentido.
Ela: Só aconteceu.
Ele: É, mas é isso que não entendo. O que aconteceu?
Ela: Eu só... Só acordei um dia e soube.
Ele: Soube o quê?
Ela: O que eu nunca tive certeza com você.
(silêncio)
Ele: Sabe o que é uma droga? Perceber que em tudo que você acredita é mentira, é uma droga.
Ela: O que quer dizer?
Ele: Sabe, destino, almas gêmeas. Amor verdadeiro e todos aqueles contos de fadas infantis. Besteira...você estava certa, eu deveria ter te escutado.
Ela: Não.
Ele: Sim, por que está sorrindo?
Ela: (rindo) Tom...
Ele: Por que está me olhando assim?
Ela: Bem, sabe, acho que é porque... estava sentada numa doceria lendo Dorian Gray, um cara chega pra mim e me pergunta sobre o livro e agora ele é meu marido.
(silêncio)
Ele: É, e daí?
Ela: E daí, se eu tivesse ido ao cinema? ... Ou tivesse ido almoçar em outro lugar? E se tivesse chegado 10 minutos mais tarde? Era... era pra ser. E... eu só ficava pensando... Tom estava certo.
Ele: Não...
[Sorrisos.]
Ela: Sim, eu pensei...
(silêncio)
Ela: Só não era sobre mim que você estava certo.

[Trecho do filme  500 dias com ela
Esta é uma comédia romântica bem diferente das outras. Dos filmes deste gênero, é o que  mais se aproxima da realidade. Estamos acostumados a assistir àquelas histórias românticas perfeitas com final feliz. E nas quais, na maioria das vezes, a personagem feminina é a mais apaixonada e a que mais sofre. Em “500 dias com ela” ocorre o inverso. O mocinho é o romântico da história. Aquele que sofre pela amada, o que acredita fielmente no amor. Não vou contar o filme aqui, mas é realmente  um filme que vale a pena ver.

Eu poderia escrever um post sobre o Dia dos Namorados, mas no momento estou mais realista e avessa a essa badalação toda.

Bom domingo!

quarta-feira, junho 08, 2011

Sentir gratidão é ser religioso

Deus está sempre conosco; o problema é de nossa parte, nós não estamos com ele. Se Deus não estivesse conosco, não poderíamos existir nem por um único momento.

Ele é nossa vida, ele respira conosco, pulsa em nosso coração, é nossa consciência real. Ele está sempre conosco, mas nem sempre estamos com ele.

Quando também estamos com ele, acontece uma mudança radical. Você se torna consciente do significado, da importância da canção da vida. Você se torna ciente do quanto lhe foi concedido, quanto lhe foi dado.

Então você sente profunda gratidão, que é a essência da religião, a verdadeira alma da religião. Tudo o mais é ritual. Sentir gratidão é ser religioso.
Osho, em "Meditações Para a Noite"
 
Gosto demais dos textos do Osho. São lições de grande sabedoria. Acredito que o mais importante não é ser uma pessoa religiosa. Por religioso entendemos aquele que segue uma religião e não aquele que crê em Deus. Muitos crêem, mas preferem não seguir uma religião específica. Assim, o que importa de verdade é o seu coração e a sua consciência de que Alguém olha por nós. Crê em Deus é suficiente? Depende. De que adianta acreditar n' Ele se os atos não condizem com Seus ensinamentos? Até mesmo frequentar igrejas, centros, templos ou mesquitas não garante que seja um homem de bem, pois há quem frequente a Casa de Deus mas são hipócritas. Acreditar no Senhor e agir sempre em nome do Bem é que faz um homem. E seja grato sempre! As bençãos enviadas por Deus são inúmeras e certamente você vai encontrá-las na sua vida. Procure-as! Não enxergue apenas os problemas, pois eles existem e sempre existirão, mas os presentes de Deus são maiores e mais significantes!
 
Que Deus nos abençoe!

quinta-feira, junho 02, 2011

As pessoas são aquilo que amam

"Uma professora me contou esta coisa deliciosa. Um inspetor visitava uma escola. Numa sala ele viu, colados nas paredes, trabalhos dos alunos acerca de alguns dos meus livros infantis. Como que num desafio, ele perguntou à criançada: "E quem é Rubem Alves?". Um menininho respondeu: "O Rubem Alves é um homem que gosta de ipês-amarelos...". A resposta do menininho me deu grande felicidade. Ele sabia das coisas. As pessoas são aquilo que elas amam.

Mas o menininho não sabia que sou um homem de muitos amores... Amo os ipês, mas amo também caminhar sozinho. Muitas pessoas levam seus cães a passear. Eu levo meus olhos a passear. E como eles gostam! Encantam-se com tudo. Para eles o mundo é assombroso. Gosto também de banho de cachoeira (no verão...), da sensação do vento na cara, do barulho das folhas dos eucaliptos, do cheiro das magnólias, de música clássica, de canto gregoriano, do som metálico da viola, de poesia, de olhar as estrelas, de cachorro, das pinturas de Vermeer (o pintor do filme "Moça com Brinco de Pérola"), de Monet, de Dali, de Carl Larsson, do repicar de sinos, das catedrais góticas, de jardins, da comida mineira, de conversar à volta da lareira."
[Rubem Alves - Os Ipês Amarelos]

Lendo o texto Os Ipês Amarelos do Rubem Alves tive inspiração para o post de hoje. Achei interessante a colocação "As pessoas são aquilo que elas amam". E assim inspirando-se em Rubem Alves, digo as muitas coisas que me encantam e me deixam feliz: o sorriso de uma criança, o azul do mar, o verde das matas, o canto dos pássaros,  o "sorriso" dos golfinhos, observar o verde das matas pela janela do ônibus quando vou ao trabalho, receber um cartão postal, o silência da noite, uma estante cheia de livros, ouvir boa música, o interesse dos alunos para aprender durante minhas aulas, chegar do trabalho depois de um dia cansativo e sentar para ver minhas séries favoritas, ir ao cinema, ler um bom livro, tomar banho de mar, brincar com meus sobrinhos, ver a chuva caindo, lembrar da minha infância e dos bons momentos da minha adolescência, o doce perfume dos jasmins, sentir saudade de pessoas especiais que se foram e também de  momentos emocionantes que passaram, conhecer pessoas simples e honestas, encantar-me com a generosidade das pessoas, a família maravilhosa que tenho, a minha crença em uma existência além desta. São tantas as coisas que amo que não dá para escrever tudo. Este texto só me fez pensar nas coisas que gosto. Tudo simples pois sou uma pessoa igualmente simples. Tem muito mais, mas estas são as mais importantes. Vale lembrar que  todas essas coisas foram escritas na ordem de lembrança e não na ordem de preferência. 

Que tal você parar e refletir: Quem é você?