terça-feira, setembro 25, 2012

Primavera

 

















(...)
O tempo... ah, o tempo!
Meu íntimo confidente,
A primavera me trouxe.
Um dia novo está surgindo
Um sonho novo me envolve
Vida nova...
Saúde...
Paz...
Enfim, a primavera me beija a face.

[Alice Poltronieri]


terça-feira, setembro 11, 2012

Páginas da vida




 As páginas da vida

A vida é um livro
Os capítulos são os anos
E as páginas são os dias que os preenchem

Assim como um livro
Há capítulos diferenciados
Alguns são mornos,
Não trazem emoção alguma
Mas há aquelas páginas
De intensa atividade
De alegrias
De aventuras
De sucessos
De conquistas
E de amor
São os capítulos inesquecíveis da nossa vida

Mas há também Intensa busca
Ansiedade
Angústia
Dor
E vazio
São os momentos difíceis que precisamos transpor

Tudo de acordo como deve ser um livro
Não dá para ter apenas momentos de felicidade
É preciso mesclar essas alegrias e tristezas
E com elas aprender e amadurecer

E qual o desfecho do livro?

Depende
Pois cada um tem a sua história
Cada um constrói a sua narrativa
Nem sempre de acordo com a própria vontade

Pode se começar pelos momentos felizes
Entremear com os tristes
E terminar voltando às páginas alegres
No entanto há outros livros que fazem o caminho inverso
Capítulos de escuridão com lampejos de luz e retorno ao breu.

@Clécia Melo@
11/09/2012

domingo, setembro 09, 2012

Pensando...


Eu, sou apenas o eco,
estridente e às vezes brando,
dessa vida que grita dentro de mim.

[Monalisa Macêdo]


 Pensando muito na vida e nos rumos que ela vem tomando... Confusa diante de determinadas situações. Ansiosa por outras e frustradas por outras tantas. Essa é a minha vida!

quinta-feira, setembro 06, 2012

Vazio

A citação acima me deixou pensativa. A vida vai seguindo e na correria da vida moderna acabamos não parando para pensar em muita coisa. Mas eu penso sim. Eu tenho percebido muitas mudanças em minha vida. Já se foram os sonhos de adolescente e agora dei lugar a pensamentos mais realistas. Não deixei de sonhar, mas sei que muita coisa morreu em mim. Já tive vitórias e fracassos. Muitas derrotas mas também sucessos. No entanto o que mais sonho para minha vida, o maior deles, vai perdendo forças. Então me dou conta de que não se pode ter tudo. Mas que fazer com o vazio que se instala no lugar? Tenho sido muito forte. Aliás, eu sou muito forte! Pois aguento calada muita coisa. Sou daquelas que sorriem durante o dia, mas no silêncio da noite, só choro. É o sonho que vai morrendo dentro de mim.

quarta-feira, setembro 05, 2012

Inconstância


Procurei o amor que me mentiu.
Pedi à Vida mais do que ela dava.
Eterna sonhadora edificava
Meu castelo de luz que me caiu!

Tanto clarão nas trevas refulgiu,
E tanto beijo a boca me queimava!
E era o sol que os longes deslumbrava
Igual a tanto sol que me fugiu!

Passei a vida a amar e a esquecer…
Um sol a apagar-se e outro a acender
Nas brumas dos atalhos por onde ando…

E este amor que assim me vai fugindo
É igual a outro amor que vai surgindo,
Que há de partir também… nem eu sei quando…

[Florbela Espanca]

domingo, setembro 02, 2012

A vida e as estações


Eu queria que a vida fosse dividida em quatro estágios, mas que não acabasse nunca.

A infância é como a primavera. É pura novidade e um calor que não sufoca nem faz pensar bobagens. Tem uma inocência quase cafona, uma singeleza clássica, e traz no íntimo a certeza de que pela frente vem coisa boa. A gente quer que passe logo, mas sabe que nunca mais será tão protegido, a mordomia não será eterna. É quando as coisas acontecem pela primeira vez, é quando num arbusto verde vemos surgir alguns vermelhos, é surpresa, a primeira de uma série.

A adolescência é como o verão. Quente, petulante, libidinosa. Parece que não vai haver tempo para fazer tudo o que se quer e o que se teme. É musical e fotogênica. Dúvidas, dúvidas, dúvidas em frente ao mar. Mergulha-se no profundo e no raso. Pouca roupa, pouca bagagem. Curiosidade. Vontade que dure para sempre, certeza de que passa. Noção do corpo. Festas e religião. Amor e fé.

A maturidade é como o outono. Um longo e instável outono, que alterna dias quentes e frios, que nos emociona e nos gripa. Há mais beleza e o ar é mais seco, porém é quando se colhem os melhores abraços. Ficar sozinho passa a não ser tão aterrorizante. Fugimos para a praia, fugimos para a serra, as ideias aprendem a se movimentar, a fazer a mala rápido, a trocar de rota se o desejo se impuser, e não é preciso consultar o pai e a mãe antes de errar. É o outono que tentamos conservar.

O inverno é como a velhice. Tem sua beleza igualmente, exige lã, bolsa de água quente, termômetro e uma janela bem vedada. O que não queremos que entre? Maus presságios. O inverno é frio, como despedida de um grande amor, mas sabemos que tudo voltará a ser ameno. Queremos que passe, temos medo que termine. Ficar sozinho volta a ser aterrorizante. O inverno é branco, é cinza, é prata. É grisalho. E, de repente, também passa.

Eu queria que tudo fosse verdade, que a vida fosse assim dividida em quatro estágios que mais parecem estações do ano, mas que não acabasse, que depois do inverno viesse outra primavera, e outro verão, e outro outono, que nunca são iguais, mas sempre se repetem, sempre voltam, são tão certos quanto o sol e a lua, todo dia, toda noite. Eu queria.

[Martha Medeiros]

Este texto primoroso nos leva à reflexão. Eu fiquei muito pensativa depois de lê-lo. Todos nós sabemos que a vida está passando depressa e eu não sou exceção. Mas de repente ler este texto me fez ainda mais consciente dessa passagem. Perceber que dois estágios da minha vida já se passaram deixou-me ainda mais angustiada porque muitas coisas que sonhei ainda não se realizaram e preciso correr atrás delas antes que seja tarde. Por outro lado, vejo que no meu caso as estações não são bem definidas. Apesar de estar no outono às vezes eu me sinto em plena primavera e em outras sou puro verão. O inverno quer chegar, mas não deixarei que venha antes do tempo.