quinta-feira, abril 26, 2007




Melancolia

A melancolia tem me acompanhado
e eu já não a quero mais.
Tento me livrar dela,
afastá-la para longe de mim,
mas cada vez mais a sinto por perto.
O que fazer para tornar meus dias mais alegres,
mais coloridos?
Acordo todos os dias
e não vejo as cores.
Onde estarão elas?

Clécia Melo

sábado, abril 21, 2007

Jean Valjean

S I N O P S E
Após cumprir 19 anos de prisão com trabalhos forçados por ter roubado comida, Jean Valjean (Liam Neeson) é acolhido por um gentil bispo (Peter Vaughan), que lhe dá comida e abrigo. Mas havia tanto rancor na sua alma que no meio da noite ele rouba a prataria e agride seu benfeitor, mas quando Valjean é preso pela polícia com toda aquela prata ele é levado até o bispo, que confirma a história de lhe ter dado a prataria e ainda pergunta por qual motivo ele esqueceu os castiçais, que devem valer pelo menos dois mil francos. Este gesto extremamente nobre do religioso devolve a fé que aquele homem amargurado tinha perdido. Após nove anos ele se torna prefeito e principal empresário em uma pequena cidade, mas sua paz acaba quando Javert (Geoffrey Rush), um guarda da prisão que segue a lei inflexivelmente, tem praticamente certeza de que o prefeito é o ex-prisioneiro que nunca se apresentou para cumprir as exigências do livramento condicional. A penalidade para esta falta é prisão perpétua, mas ele não consegue provar que o prefeito e Jean Valjean são a mesma pessoa. Neste meio tempo uma das empregadas de Valjean (que tem uma filha que é cuidada por terceiros) é despedida, se vê obrigada a se prostituir e é presa. Seu ex-patrão descobre o que acontecera, usa sua autoridade para libertá-la e a acolhe em sua casa, pois ela está muito doente. Sentindo que ela pode morrer ele promete cuidar da filha, mas antes de pegar a criança sente-se obrigado a revelar sua identidade para evitar que um prisioneiro, que acreditavam ser ele, não fosse preso no seu lugar. Deste momento em diante Javert volta a persegui-lo, a mãe da menina morre mas sua filha é resgatada por Valjean, que foge com a menina enquanto é perseguido através dos anos pelo implacável Javert. http://adorocinema.cidadeinternet.com.br
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Considerações de uma humilde leitora
A primeira vez que tive contato com esse nome foi pelo filme "Os Miseráveis" de Victor Hugo. Apaixonei-me pela história e corri atrás do livro homonônimo. Conclui que, se o filme era bom, imagine o livro. E não me enganei. O livro é simplesmente esplêndido! Levei alguns meses para terminar sua leitura, visto que são dois grossos volumes de 511 e 765 páginas respectivamente. Certas páginas pareciam-me enfadonhas por conta de relatos históricos de guerra, descrições minuciosas da cidade de Paris, mas as dissertações do Victor Hugo a respeito da miséria humana são sublimes.

O título da obra deveria chamar-se Jean Valjean. Apesar de não ser o único personagem, outros tantos aparecem e com grande importância, mas a história está toda centrada em Jean Valjean. A grandeza deste é inexplicável. Um homem que sofreu em toda a sua vida por ter roubado um simples pedaço de pão. Condenado a uma vida miserável por causa desse ato, mas que manteve a sua integridade apesar de todos os dissabores. Jean Valjean tornou-se para mim um personagem inesquecível.
Acabei a leitura dessa obra há algumas horas e devo dizer que, as últimas páginas desta foram lidas em meio á lágrimas. Impossível não se comover com essa história. Jean Valjean foi um herói.

Recomendo a leitura dessa fascinante obra ou pelo menos veja o filme. Certamente depois de assisti-lo, irá desejar ler o livro.

sexta-feira, abril 13, 2007

O Beijo

Beijo Eterno

Quero um beijo sem fim,
Que dure a vida inteira
e aplaque meu desejo!
Ferve-me o sangue.
Acalma-o com teu beijo.
Beija-me assim!
O ouvido fecha ao rumor
Do mundo, e beija-me, querido!
Vive só para mim
só para a minha vida,
Só para meu amor!
Fora, repouse em paz
Dormida em calmo sono a calma natureza,
Ou se debata, das tormentas presas
-Beija ainda mais!
E, enquanto o brando calor
Sinto em meu peito o teu seio
Nossas bocas febris se unam com o mesmo anseio,
Com o mesmo ardente amor!

Suceda a treva a luz!
Vele a noite de crepe a curva do horizonte;
Em véus de opala a madrugada aponte
Nos céus azuis,
E Vênus, como uma flor,
Brilhe, a sorri, do ocaso a porta,
Brilhe a porta do Oriente!
A treva e a luz - que importa?
Só nos importa o amor!

Raive o Sol no Verão
Venha o outono!
do inverno os frígidos vapores
Toldem o céu! das aves e das flores
Venha a estação!
Que nos importa o esplendor
Da primavera, e o firmamento
Limpo, e o sol cintilante, e a neve, e a chuva, e o vento?
Beijemo-nos amor!
Beijemo-nos! Que o mar
Nossos beijos ouvindo, em pasmo a voz levante!
E cante o sol! A ave desperte e cante!
Cante o luar, Cheio de novo fulgor!
Cante a amplidão! Cante a floresta!
E a natureza toda, em delirante festa cante,
cante este amor!

Diz tua boca: "Vem!"
"Inda mais!", diz a minha, a soluçar ... Exclama
Todo meu corpo que o teu corpo chama:
"Morde também!"
Ai! Morde! Que doce é a dor
Que entra as carnes, e as tortura!
Beija mais! Morde mais! Que eu morra de ventura,
Morto por teu amor!


Quero um beijo sem fim,
Que dure a vida inteira e aplaque meu desejo!
Ferve-me o sangue. Acalma-me com teu beijo.
Beija-me assim!
O ouvido fecha ao rumor
Do mundo, e beija-me, querida!
Vive só para mim, só para a minha vida,
Só para meu amor!
Olavo Bilac

quarta-feira, abril 11, 2007

Busca da liberdade















Fernão Capelo Gaivota (Jonathan Livingston Seagull)



A maior parte das gaivotas não se querem incomodar a aprender mais que os rudimentos do vôo, como ir da costa à comida e voltar. Para a maior parte das gaivotas, o que importa não é saber voar, mas comer. Para esta gaivota, no entanto, o mais importante não era comer, mas voar.

Mais que tudo, Fernão Capelo Gaivota adorava voar. Como veio a descobrir, esta maneira de pensar não o fazia muito popular entre as outras aves. Até os próprios pais se sentiam desanimados ao verem que Fernão passava os dias sozinho, a experimentar, fazendo centenas de vôos rasos.

Não sabia porquê, mas, por exemplo, quando voava sobre a água a uma altitude inferior ao comprimento das suas asas abertas, conseguia manter-se no ar durante mais tempo e com menos esforço. Os seus vôos não acabavam com o habitual mergulhar de patas abertas no mar, mas com um pousar leve, de patas bem unidas ao corpo. Quando começou a pousar em pé sobre a praia e depois a medir o comprimento da aterragem, os pais ficaram deveras preocupados.

-Por quê? Fernão, por quê? - perguntava-lhe a mãe. - Por que não podes ser como o resto do bando? Por que não deixas os vôos rasos para os pelicanos e para o albatroz? Por que não comes? Filho, és só penas e osso!

- Não me importo de ser apenas ossos, mãe. Só quero saber aquilo que consigo fazer no ar, e o que não consigo, mais nada. Só quero saber.

-Ouve lá, Fernão - disse-lhe o pai com bondade. - O Inverno aproxima-se. Haverá poucos barcos, e o peixe das superfícies irá para zonas mais profundas. Essa história dos vôos está muito bem, mas sabes que não te podes alimentar disso. Se tens mesmo de estudar, então estuda a comida e a forma de a conseguir. Não te esqueças de que a razão por que voas é comer.

Fernão baixou a cabeça, obediente. Durante os dias seguintes tentou comportar-se como os outros: tentou mesmo a sério, disputando com o resto do bando a comida dos pontões e dos barcos de pesca, mergulhando para apanhar pedaços de peixe e pão. Mas não conseguiu.

“É tão inútil”, pensou, deixando cair deliberadamente uma anchova, que lhe custara bastante apanhar, aos pés de uma velha gaivota que o perseguia. Poderia ter passado todo este tempo a aprender a voar.

E há tanto para aprender!

Richard Bach


Li este livro há muitos anos. Eu era ainda uma adolescente e fiquei simplesmente fascinada com a beleza da mensagem contida nele. Tornei a lê-lo muitos anos depois e desta vez pude me fascinar ainda mais. Aprende-se tanto com o Fernão Capelo Gaivota! Encantamo-nos com a busca do Fernão pelo seu próprio crescimento. Fernão não é uma gaivota qualquer. Fernão, ou no original Jonathan Livingston, é uma gaivota que buscou algo mais. Uma gaivota que não se contentou apenas em ser mais uma. Ela queria aprender, crescer, chegar mais alto.

É o que todos deveríamos fazer. Ser como aquela gaivota que não queria apenas comer e voar. Ela queria ir mais além. Fernão queria aprender mais e mais. Queria ir em busca de seus sonhos, não importando quão distante estivesse, nem quantas críticas receberia. Aprender é viver.

Assim como a maioria das gaivotas do seu bando, nos acomodamos com o que querem que sejamos e aonde querem que cheguemos. Mas e nós queremos isso mesmo? Será que não desejamos ir para outro lado? Será que não desejamos “voar” mais alto? Será que não nos acomodamos demais? Deixamos o medo, o receio, a preguiça e nos contentamos apenas em viver por viver? Saibamos correr atrás da tão sonhada liberdade. A liberdade de aprender.

Aprendamos com o Fernão Capelo Gaivota a querer mais. Aprendamos a correr atrás do que desejamos, ainda que esse sonho se apresente tão distante para nós. Busquemos a liberdade de viver, de ser! Sem medo.

domingo, abril 08, 2007

Páscoa é...




Páscoa é ressurreição.


Ressurreição é :


Reflexão...


Mudança...


Recomeçar...

Páscoa é transformar...


Transformar uma vida,


antes sem esperança nem alegria,


em uma vida cheia de esperança


na busca da realização dos nossos sonhos.


É preciso recomeçar de novo,


e novamente e quantas vezes for necessário,


para que todos os nossos sonhos


sejam transformados em realidade.

Feliz Páscoa e recomeçar!







Amados amigos,

Hoje é um dia especial. Um dia de confraternização. Espero que a doçura da Páscoa se prolongue por toda a eternidade. Que Deus traga uma cesta de amor e felicidade. Que neste dia de Páscoa renasça a alegria da criança que existe em você. Que sejamos puros como ela e esqueçamos as maldades existentes no mundo, ainda que só por hoje. Que o milagre da vida encante seu coração e que a nossa amizade se renove!

Feliz Páscoa!
Texto adaptado de autoria anônima, retirado do site http://www.mensagensvirtuais.com.br

domingo, abril 01, 2007

E TUDO MUDOU


O rouge virou blush
O pó-de-arroz virou pó-compacto
O brilho virou gloss
O rímel virou máscara incolor
A Lycra virou stretch
Anabela virou plataforma
O corpete virou porta-seios
Que virou sutiã
Que virou lib
Que virou silicone
A peruca virou aplique, interlace, megahair, alongamento
A escova virou chapinha
“Problemas de moça” viraram TPM
Confete virou MM
A crise de nervos virou estresse
A chita virou viscose.
A purpurina virou gliter
A brilhantina virou mousse
Os halteres viraram bomba
A ergométrica virou spinning
A tanga virou fio dental
E o fio dental virou anti-séptico bucal
E ninguém mais vê…
Ping-Pong virou Babaloo
O a-la-carte virou self-service
A tristeza, depressão
O espaguete virou Miojo pronto
A paquera virou pegação
A gafieira virou dança de salão
O que era praça virou shopping
O long play virou CD
A fita de vídeo é DVD
O CD já é MP3
É um filho onde éramos seis
O álbum de fotos agora é mostrado por email
O namoro agora é virtual
A cantada virou torpedo
E do “não” não se tem medo
O break virou street
O samba, pagode
O carnaval de rua virou Sapucaí
O folclore brasileiro, halloween
Fortificante não é mais Biotônico
Folhetins são novelas de TV
Lobato virou Paulo Coelho
Caetano virou um chato
Chico sumiu da FM e TV
Baby se converteu
RPM desapareceu
Elis ressuscitou em Maria Rita?
Raul e Renato,
Cássia e Cazuza,
Lennon e Elvis,
Todos anjos
Agora só tocam lira…
A AIDS virou gripe
A bala antes encontrada agora é perdida
A violência está coisa maldita!
A maconha é calmante
O professor é agora o facilitador
As lições já não importam mais
A guerra superou a paz
E a sociedade ficou incapaz…
De tudo...

(Luís Fernando Veríssimo)


Recebi este texto por e-mail e ele me fez pensar. É interessante e ao mesmo tempo assustador como as coisas mudam. Mudam o tempo todo no mundo, como já dizia o Lulu Santos. Ontem mesmo estava observando meu sobrinho mais velho e fiquei pasma. Hoje ele tem 9 anos, mas aparenta ter uns 10. Continuando, me dei conta de quantos anos já se passaram desde o dia em que ele nasceu. Até “ontem” ele era um bebê e hoje quase um “rapaz”. Não que eu não saiba que o tempo não pára, mas a constatação de que ele é corre deixa-me mais impressionada. E fiquei pensando com meus botões (até comentei com minha irmã também) o que fiz durante esse tempo? Será que realmente aproveitei cada minuto? O tempo é cruel. Não pára. “Vamos viver tudo que há pra viver, vamos nos divertir.”

Mas a maior mudança que percebemos está dentro de nós. Voltando no tempo podemos descobrir que nossos sonhos de outrora ou mudaram ou ganharam nova roupagem. Ás vezes nos damos conta de que nem percebemos a nossa mudança. Levamos uma vida tão corrida, que nossos sonhos acabam se tornando segundo plano. Acredito que não esteja esquecido por completo, mas guardado dentro de nosso ser. Se olharmos para dentro de nós, veremos aquele sonho guardado em um cantinho do nosso cérebro ou mesmo do nosso coração. Depende do quão importante ele nos seja.

Paremos. Olhemos um pouco para dentro de nós e resgatemos o que está esquecido. Quem sabe não podemos ser mais felizes?

Uma semana maravilhosa para todos vocês!