É uma pena correr com pulinhos enganados de
felicidade e levar uma rasteira. É uma pena ter o coração inchado de amar
sozinha, olhos inchados de amar sozinha. Um semblante autista de quem constrói
sozinho sonhos. Mas você não pode, não, eu sei que dá vontade, mas não dá pra
ligar pro desgraçado e dizer: ei, tô sofrendo aqui, vamos parar com essa
estupidez de não me amar e vir logo resolver meu problema? Mas amor, minha
querida, não se pede, dá raiva, eu sei. [...] Raiva dele ter
tirado as cores bonitas do mundo[...]Ele roubou sua leveza mas, por
alguma razão, você está vazia. Mas não dá, nem de brincadeira, pra você ligar
pro cara e dizer: ei, a vida é curta pra sofrer, volta, volta, volta. Porque
amor, meu amor, não se pede, é triste, eu sei bem. É triste ver o Sol e não
vê-lo se irritar porque seus olhos são claros demais, são tristes as manhãs que
prometem mais um dia sem ele, são tristes as noites que cumprem a promessa. [...] É triste amar tanto e tanto amor não ter proveito. Tanto amor
querendo fazer alguém feliz. Tanto amor querendo escrever uma história, mas só
escrevendo este texto amargurado. É triste saber que falta alguma coisa e saber
que não dá pra comprar, substituir, esquecer,implorar. É triste lembrar como eu
ria com ele. Mas amor, você sabe, amor não se pede. Amor se declara: sabe de
uma coisa? Ele sabe, ele sabe.
[Tati
Bernardi]
E tudo isso porque hoje é seu aniversário e não me bastou apenas enviar uma mensagem de felicitações. Quisera poder estar com você hoje (e sempre), celebrar junto e dizer que o tempo pode passar, pode colocar um curativo no machucado, mas a ferida da sua ausência ainda me machuca. E hoje eu devia ficar feliz por você. Eu sei. Eu fiquei. Mas que posso fazer se meu coração insiste em te querer...que posso fazer se não consigo te esquecer...